A vida para Bonnie é simples. Ela não tem last name ou middle name. Ela não tem passado, pai, mãe, irmão, família. Ela não tem futuro, preocupações, crises existenciais, fardos, questões pendentes.
Bonnie só se preocupa com o tamanho da fila do café expresso, com a satisfação dos clientes, com a agilidade do atendimento. Bonnie se preocupa com o fechamento do caixa, o máximo de diferença aceitável são 2 dólares a mais ou a menos.
Bonnie é a queridinha do chefe, mas ó: shhhh!!! Não comente. É segredo.
Days off variados, a escolher (influência com o chefe, remember?), caneca de tips cheia. Actually, a caneca de tips dela é sempre a mais cheia.
O futuro de Bonnie se resume ao próximo mês, daí pra frente não importa mais. Ela nunca se pergunta se está no caminho certo, se vai ser alguém na vida, se está seguindo, sabe lá, o seu propósito existencial, a sua missão. Ela trabalha, engole sapos sem muita importância, se diverte, se irrita, se cansa e depois descansa. Bonnie sente os pés doídos no final de cada shift, depois de 7 horas de pé, correndo de um lado pro outro. Mas não sente mais nenhuma dor, nenhum peso, nenhuma angústia. São só os pés.
Bonnie faz sessões de bronzeamento artificial depois do trabalho, na cama mais Power da “clínica” de tanning, ali pertinho. Ela tem a cor do sunchine state, e é tão fácil.
Bonnie experimenta a maior das doçuras e o maior dos azedumes dos velhinhos da Florida, diariamente. Ela ouve elogios dos mais fofos (“é tão bom ver uma menina tão bonita assim pela manhã”) e algumas consideráveis ofensas e olhares de desprezo, mas estes últimos ela deleta.
Sem grandes obrigações, grandes vínculos, grandes dúvidas. Sem doer.
Às vezes eu sinto tanta falta de ser Bonnie que resolvi ressucitá-la. Pelo menos por aqui
Bonnie só se preocupa com o tamanho da fila do café expresso, com a satisfação dos clientes, com a agilidade do atendimento. Bonnie se preocupa com o fechamento do caixa, o máximo de diferença aceitável são 2 dólares a mais ou a menos.
Bonnie é a queridinha do chefe, mas ó: shhhh!!! Não comente. É segredo.
Days off variados, a escolher (influência com o chefe, remember?), caneca de tips cheia. Actually, a caneca de tips dela é sempre a mais cheia.
O futuro de Bonnie se resume ao próximo mês, daí pra frente não importa mais. Ela nunca se pergunta se está no caminho certo, se vai ser alguém na vida, se está seguindo, sabe lá, o seu propósito existencial, a sua missão. Ela trabalha, engole sapos sem muita importância, se diverte, se irrita, se cansa e depois descansa. Bonnie sente os pés doídos no final de cada shift, depois de 7 horas de pé, correndo de um lado pro outro. Mas não sente mais nenhuma dor, nenhum peso, nenhuma angústia. São só os pés.
Bonnie faz sessões de bronzeamento artificial depois do trabalho, na cama mais Power da “clínica” de tanning, ali pertinho. Ela tem a cor do sunchine state, e é tão fácil.
Bonnie experimenta a maior das doçuras e o maior dos azedumes dos velhinhos da Florida, diariamente. Ela ouve elogios dos mais fofos (“é tão bom ver uma menina tão bonita assim pela manhã”) e algumas consideráveis ofensas e olhares de desprezo, mas estes últimos ela deleta.
Sem grandes obrigações, grandes vínculos, grandes dúvidas. Sem doer.
Às vezes eu sinto tanta falta de ser Bonnie que resolvi ressucitá-la. Pelo menos por aqui